[Em Cima do Lance com Paulo Leandro] A raposa e o urubu



A raposa e o urubu



Por Paulo Leandro

Nascido e criado aqui no Cabula, subindo o Saboeiro direto, o menino Borges brilhou na vitória do Cruzeiro sobre o Flamengo, apertadinha e injusta. O placar moral teria sido o inverso: Flamengo 2x1 no mínimo.

Ocorre que o bom lateral Ceará achou um cruzamento e meteu na área. Borges, que estava morto o jogo todo, apareceu como um foguete e se atirou na bola: de cabeça, fuzilou o arqueiro rubro-negro.

Fez o que Love não conseguiu, em um cruzamento milimetrado de Adryan logo nos primeiros minutos. O homem do megahair rubro-negro até que encostou a cabeça na bola, tirou do goleirão Fábio no contrapé, mas a redonda foi pela linha e fundo, suave e meiga.

O Cruzeiro respondeu bem a este lance com um chutaço de fora da área de William Magrão, que tinha endereço no cantinho direito, mas o arqueiro Paulo Vitor deu uma de gato Félix e salvou.

OBINA

Enquanto rolava Cruzeiro x Flamengo, outra boa notícia para os baianos foi a feliz estreia de Obina, cuja família ainda hoje cata mariscos na Ilha de Itaparica.

Revelado no Vitória, Obina fez gol anulado, fez gol legal, deu passe para um gol e ainda meteu uma na trave, que no rebote foi aproveitada por um companheiro lá-dele.

O Porco, que recebe a visita do Bahia, quinta-feira, dia 26, faturou o Náutico por 3x0, com esta estupenda exibição do menino da Ilha.

BARRIGONA

Voltando pro jogão entre Fla e Cruzeiro, teve uma falta que Renato bateu forte, Fábio enjoou, mas se recuperou saltando sobre ela, antes de Love.
A ideia de Joel Santana, no Fla, era clara: roubar a bola, como bons flamenguistas, e sair em alta velocidade para o ataque.

Foi assim que o Fla criou mais que o Cruzeiro, e foi também assim que Love desperdiçou mais uma chance. Love vai desempregar Joel. E também tá se queimando porque já não faz gol há cinco jogos.

Teve outra chance que Love pegou de frente pro gol na diagonal e poderia ter rolado para Adryan brocar, no entanto, preferiu bater e o paredão cruzeirense evitou.

Joel Santana, com sua pranchetinha menor e mais confortável, ficava possesso, dando pulos com sua barrigona, enquanto via o Fla jogar fora a chance de vencer.

A IRA

Luis Antônio, que fazia bem o papel de ladrão no meio-campo, para acionar os atacantes, também perdeu uma boa chance em rebote da defesa cruzeirense.
Depois que Borges abriu o placar, mergulhando na bola como um tucunaré dos Marimbus, o Fla continuou criando mais que a Raposa. Ibson, chutando forte e rasteiro, também testou e aprovou a qualidade de Fábio, que espalmou.
Foi aí que Joel despertou a ira da torcida do Flamengo, ao tirar o xodozinho Adryan pra botar Hernane. Mas, quase, quase, acerta por linhas tortas.
Teve uma blitz, um bate-rebate na área cruzeirense e Hernane botou no travessão, de cabeça. Na volta da bola ainda se virou a tempo de mandar no canto, só que ali estava o raposa do Marcelo pra salvar.

NENÉM

Cruzeiro x Flamengo teve até reflexão existencialista. Outro dia a gente curtia Bebeto marcar o gol embala-neném na Copa de 1994 e não é que aquele neném que o baiano revelado no Vitória embalava há 18 anos no túnelo do tempo, entrou ontem em campo, com a camisa do Flamengo?

Pois é, amigos, a idade vai chegando: Mattheus, filho de Bebeto, sofreu uma falta que ele mesmo bateu, mal, na barreira. Ele substituiu Renato Abreu.
Moral da história: a raposa ganhou porque é mesmo muito tinhosa e matreira e o urubu perdeu porque voa demais e bica de menos.

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