[Em Cima do Lance com Paulo Leandro] Cidade Esportiva Palmeiras


Leão, Eurico, Alfredo, Luis Pereira e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Esse será sempre o meu Palmeiras porque era meu time de botão preferido aos 6 pra 7 anos de idade ou um pouco mais.

Todo mundo que aprendia a gostar de futebol em 1972 pra 73 curtia o Palmeiras. Era sinônimo de futebol. Já não era a Academia, como se chamava o timaço dos a nos 60, mas bem que podia ser.

O Palmeiras campeão da Copa do Brasil tem uma jogada mortal. A única. E nem por isso menos mortal. É falta, de qualquer distância. Marcos Assunção vai cobrar.

Se ele não bater direto, com veneno, alguém vai desviar de cabeça. Gol do Palmeiras. Depois de fazer o resultado favorável em São Paulo, com 2x0, o empate foi de boa para o Porco chafurdar um título.

Tava em baixa o Verdão dos paulistas, que constroem, no futebol, um Brasil diferente, resultando em mais uma demonstração da tese de Foher: como o futebol explica o mundo.

ADERÊNCIA

Produzem mais riquezas, tiram mais onda, importam mão de obra super-barata e desprotegida da mesma região do país que depois humilham no seu cotidiano e, ainda, de quebra, constroem uma hegemonia simbólica.

O futebol é a grande arena simbólica do nosso cotidiano pátrio. Ao distinguir-se dos demais, o futebol paulista aplica, na arena simbólica, a lógica que impõe para justificar seu poderio. Nós trabalhamos para isso, dizem.

Esfregam na nossa supostamente preguiçosa cara uma arrogância disfarçada de mérito. E, o pior, reféns simbólicos e econômicos deste sequestro, ainda batemos palma e vibramos pelo sucesso do inimigo histórico.

Assim, acontece que em regiões como a Chapada Diamantina, a quantidade de baianos felizes gozando pelo tal do Palmeiras é pra deixar Flávio Novaes e Nilson Galvão indignados.

Já havia externado alguns motivos para a aderência de baianos a clubes alienígenas. Antes de repeti-los, vou falar de um inédito, para mim, que acabei de pensar.

PODEROSA

São Paulo acolheu os jovens rapazes de Lençóis quando as pedras preciosas escassearam e eles precisaram escapar da fome. Salvador não acolheu tão bem quanto São Paulo.

Essa leva de diamantinos que migrou estabeleceu afetividades com os paulistas, entre as quais uma das mais fáceis é o futebol, pois cabe apenas a quem torce a iniciativa de escolher um time para amar.

Essa mesma leva deixou filhos e parentes que podem ter se identificado com algum dos times da cidade que salvou a família da fome, ao oferecer trabalho remunerado.

Agora, os fatores já consolidados: 1. Excursões dos times sudestinos ao Nordeste; 2. Exposição midiática intensa; 3. Sucesso dos times sudestinos na conquista de títulos e convocação de jogadores para as seleções brasileiras.

A Chapada tem até uma cidade chamada Palmeiras! Embora obviamente o nome não seja uma homenagem à sociedade esportiva da comunidade italiana de São Paulo, não se pode deixar de registrar a poderosa coincidência.


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