[Em Cima do Lance com Paulo Leandro] Zidorf: espuma midiática



Zidorf: espuma midiática



Por Paulo Leandro

Que espuma danada nós, seres midiáticos, costumamos fazer quando queremos promover algo para construir audiência! Esta contratação de Seedorf, que vamos aqui chamar Zidorf, mesmo, que coisa!

O homem fez três coisas na vitória do Grêmio, por 1x0, sobre seu Botafogo: bateu uma falta com veneno, chutou a gol meio previsível e construiu um bom cruzamento para Elkeson cabecear no lixo.

Mas, se a gente repetir estes três lances umas 10 vezes, cada, quantos lances de perigo de Zidorf teremos? 30. Um monstro. Um craque. Um holandês nascido no Suriname fantástico. Ou fantárdico.

Não sei se já estava com um pouco de sono, e já também muito cismado com estas espumas midiáticas, mas me parece que este oba-oba com Zidorf é mais uma carioquice típica.

Os amigos sabem fazer uma espuma como ninguém entre os estados da federação. Deixe o Volta Redonda ganhar duas seguidas pra ver se já não vira Voltaço!

GROSSO

Quem foi ver Zidorf, se abstrair da cantilena midiática, vai concordar que um bom nome do jogo foi Leandro, do Grêmio, que driblou dois e bateu a gol para a boa defesa de Jeferson.

Elano também jogou melhor que Zidorf. Foi um golaço que o Grêmio marcou. Dir-se-ia um gol de salãozinho relax à beira da praia do Porto da Barra.
Elano levantou, Zé Roberto tocou e Marcelo Moreno, revelação do Vitória na Série C de 2006, emendou para as redes, sem dó nem piedade, considerando-se aqui se há alguma diferença entre dó e piedade.

Zidorf saiu aplaudido, é claro, que o bombardeio midiático de símbolos associado ao amor incondicional da torcida por seu clube torna-se uma irresistível combinação.

Mas vamos combinar que depois de sua saída o Bota até melhorou e se não é Leo Gago salvando em cima da linha, o time caríííouka até que tinha falado grosso.

CERTEZA

Enquanto rolava a estreia de Zidorf, a emissora passava os informes de outros jogos. O Bahia fez logo 1x0 com Souza e marcou também o segundo gol diante do Coritiba.

Quando tudo parecia sacramentado e a reabilitação tricolor o livraria do cadafalso da zona, eis que um breve cochilo foi estratégico para não se ter a informação desagradável da reação paranaense.

Eis, aqui, a aula de filosofia durante um simples jogo transmitido pela tevê. O fato de não tomarmos conhecimento de uma verdade a torna menos verdade?

Não saber que o Coritiba foi lá, empatou, e quase vira, alivia as dores do torcedor, mas ao não saber, quer dizer que nada disso aconteceu?
Pois este episódio demonstrou que há uma verdade exterior ao indivíduo, e que é preciso buscar esta verdade, compartilhar esta verdade, para que a produção da certeza se conclua: 2x2.

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