Professores suspendem greve na rede estadual da Bahia após 114 dias

Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (3), no Colégio Central, em Salvador, os professores da rede estadual de ensino suspenderam a greve da categoria após 114 dias. "A ideia é suspender o movimento e marcar nova assembleia dentro de um mês. Se o governo não cumprir as cinco cláusulas nós voltamos com o movimento", disse Rui Oliveira, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB-BA), ao apresentar a proposta à categoria no início da assembleia.

As cinco cláusulas foram apresentadas na quarta-feira (1º) e pedem a readmissão dos professores demitidos e a retirada de processos administrativos contra professores em estágio probatório; o cancelamento dos processos judiciais contra o sindicato; o pagamento imediato dos salários cortados; o repasse do dinheiro da contribuição sindical e o retorno das negociações.

Na quinta-feira (2), o governo da Bahia respondeu à apresentada pela APLB-BA acatando as solicitações referentes às demissões, processos administrativos, corte dos salários dos professores e repasses das contribuições sindicais. O governo incluiu ainda a parte financeira, que não foi citada na proposta dos professores.

"O governo absorve as posições expressas pela categoria, mas precisamos de um retorno sobre a parte econômica para que haja um acordo. A parte financeira da proposta é a mesma do termo de ", disse o secretário de Comunicação Robinson Almeida.

A proposta salarial do governo mantém o reajuste cedido este ano com variação entre 6,5% e 11,5%, além de conceder aos professores licenciados da carreira de Magistério, por meio de curso de atualização, promoções com ganho de 7% em novembro deste ano e 7% em março de 2013.

Volta às aulas
Governo e professores devem se reunir no início da próxima semana para definir o retorno às aulas nas escolas do estado.

Cenário esta semana
De acordo com as Diretoriais Regionais de Educação (Direc), em Itabuna, na região sul, todas as 22 escolas estaduais estão funcionando normalmente, mas alguns professores não comparecem às aulas. O sindicato da categoria diz que 40% dos educadores da localidade estão parados.

Em Vitória da Conquista, no sudoeste, são 26 escolas: em 12 as aulas ocorrem normalmente, em outras 12 o funcionamento é parcial, e duas escolas continuam fechadas na cidade. O sindicato diz que não tem um levantamento do funcionamento das escolas na região.

Das 15 escolas de Barreiras, município no oeste do estado, 12 têm todas as aulas e três funcionam parcialmente. O sindicato afirma que apenas dez unidades funcionam parcialmente.

Em Juazeiro, na região norte, a Direc e o sindicato afirmam que não há mais greve. As 23 escolas estão funcionando. Em Feira de Santana, que fica a cerca de 100 km de Salvador, são 78 escolas. Quarenta e cinco estão tendo aulas normalmente, 22 parcialmente e 11 estão fechadas. O Sindicato dos professores confirma os dados.

Ano letivo
Dos 200 dias determinados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para a formação do ano acadêmico, a Bahia não realizou atividades em 60 deles.

A Secretaria da Educação garante que a greve não compromete o ano letivo. Para isso, trabalha com a alternativa de repor aulas aos sábados e, talvez, em janeiro e fevereiro, o que tem sido planejado em algumas unidades que já retomaram o calendário. "Vamos cumprir o ano. Vai prejudicar, de certa forma, o ano e as férias, mas não trabalhamos com a possibilidade de perda", afirma o secretário da Educação da Bahia, Osvaldo Barreto.

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