[Em Cima do Lance com Paulo Leandro] Romarito: salve o Corinthians
A jornada esportiva de ontem teve um final feliz graças ao atacante Romarinho, que honrou a matriz, ao entrar no finalzinho do jogo contra o Boca e marcar o gol de empate lá em Bons Ares.
Tomando emprestado o que meu amigo Carmel escreveu no facebook, o Corinthians é Boca! O time paulista não merecia mesmo perder pois procurou respeitar mais a bola que o adversário da Argentina.
Mostrou mais controle dos nervos, tanto que pelo menos três bolas perigosas na área do Corinthians terminaram em falta contra o Boca por empurrão dos jogadores bosteros. Os rabos de cavalo da caixa de bombons estavam dispostos mais a catimbar que jogar bola.
Isso é sinal que eles sabiam da inferioridade diante do Corinthians, além, é claro, do hábito ancestral de procurar uma nojeira para sacanear os brasileiros. Como a fórmula dá mais certo que errado, para eles, vale a pena insistir. Mas havia um Romarito no meio do caminho.
Ah, que bom que Tite mandou ele entrar em campo! O gordo do Riquelme, que já não guentava nem andar, perdeu uma bola, ela foi parar no pé de Sheik, que rolou mansamente para a penetração de Romarito.
CRÉDITO
O menino viu a saída do goleirão Orion e tocou por cobertura, com malícia, arte e poesia, foi só jeito, não precisou força, e a bola foi se aninhar, amorosamente, no fundo dos cordéis dos donos da casa.
Ufa! Pra quem penou de tarde vendo uma porcaria de jogo das meias finais da Eurocopa que não deu nem pra tirar os melhores momentos, Romarito representou a reabilitação, aquela sensação de ‘enfim, o belo futebol não morreu’.
Respeito a posição do meu amigo José de Jesus Barreto, que dá valor à Espanha e vê monstros criativos em seu meio-campo, é capaz de ele ter razão, acredito e sempre acreditei sempre no que disse e diz, mas tenho cá meus preconceitos com time que joga pra não levar gols.
Prefiro o torinha, todo aberto, fazendo três e levando quatro do Goiás, mas aí também já é um pouco de exagero do prof. Carpé e como se trata de uma competição completamente diferente, segunda divisão, é melhor deixar pra lá.
Hoje tem a Alemanha e o crédito vai para meus amigos João Paulo Costa, Hagamenon Brito e professor Florisvaldo Mattos, que podem ter razão ao tornarem-se fiadores do atual futebol germânico.
RETRANCA
Segundo esses bons amigos, os alemães têm mudado de perfil e respeitado mais a bola. Posso ter parado no tempo, impactado pelos resultados das pesquisas e perdido a noção da contemporaneidade.
Para meu lado ranzinza, Alemanha e Itália fazem o anticlássico da história do futebol mundial e vou explicar minhas razões. As duas são as maiores responsáveis por vivermos hoje do pragmatismo que nos faz admirar uma seleção que joga pra não tomar gol e ser campeã.
A Alemanha provou ao mundo que esta história de arte não dá certo. Venceu a Hungria de Puskas, Maravilha Magiar, em 1954; venceu a Holanda de Cróife, o Carrossel, em 1974; e venceu a Argentina de Maradona, em 1990. É o anticristo, o antiheroi da bola.
A Itália foi bi 34/38 como propaganda do fascismo em ascensão. Foi tri 82 ao cometer o crime de eliminar a última Seleção Brasileira digna de assim ser chamada. E ganhou o tetra em um pênalti cobrado por Grosso e isso já diz tudo o que foi uma seleção meeira daquela.
Antes, foram os italianos que inventaram a retranca, chamada catenaccio. A Espanha é o filhote bem sucedido destas vitórias do futebol de resultado sobre o futebol-futebol, o jogar por jogar, sem que os fins justifiquem os meios.
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