[Em Cima do Lance - com Paulo Leandro] Vitória 2x2 América-RN: Estava Escrito.
Quem se der ao trabalho ou tiver a curiosidade de reler o que postei ontem, na expectativa de Vitória x América de Natal, vai ter de necessariamente reconhecer que tava mesmo escrito que o Nego ia ter muita dificuldade.
O Vitória tem algum esquema? Pra botar o time pra jogar assim precisa ter três treinadores? Sim, três. Tem Carpeggiani, na moral, lá em cima, na cabine envidraçada. Tem Ricardo, que é quem fica embaixo. E, agora, ainda tem o filho de Carpé, que também dá seus pitacos.
Preferia que deixasse só Ricardo pra sempre e trouxesse um goleiro que prestasse ou um zagueiro melhorzinho que nosso 4. Um lateral-direito também caía bem. Enfim, reforçaê, diretoria, senão vai ser aquele sofrimento e não vai subir não.
Douglas saiu estranhamente no primeiro gol do América. Pareceu gol de baba de praia, de golzinho fechado. O cara do América recebeu livre (cadê a marcação?) e quando viu o goleiro abandonar a meta sem necessidade, tocou entre os dois cocos, rasteiro pra não ter dúvida.
Gabriel entrou dodói do intestino. Jogou nada. E que desmoralização para um lateral-direito de ofício, Leo ficou no banco o primeiro tempo! O treinador preferiu improvisar um zagueiro doente. Mas até que Leo, quando entrou, foi bem, acima da média que ele apresenta.
PERFIL
Victor Ramos e Rodrigo é aquela dupla de zaga que pode dar certo ou não. Aí, entra a polêmica do esquema, do jeito de jogar. O Vitória é um time ofensivo? Ou aberto demais? Tem diferença? Quando é atacado, os jogadores têm posicionamento para se defender?
Distribuir camisa é fácil. Ainda mais se são três professores. O lateral-esquerdo Mansur voltou a fazer boas jogadas. Meu filho já havia me alertado que ele foi bem contra o Ipatinga. Talvez, com sequência de jogos, Mansur se firme na posição.
Michel ontem não foi tão ótimo como tem sido, mas a torcida o aplaudiu após levar cartão vermelho, por impedir o terceiro gol americano, agarrando o atacante que partia endiabrado, tete a tete com Douglas.
Eduardo Ramos não guentou os dois tempos e foi substituído por Dinei. Este sempre que entra dá seu recado. Marcou o gol de empate e prendeu um ou dois americanos por lá, pois o adversário sentiu que ele leva perigo.
Tartá fez umas boas jogadas ali pela esquerda, mas assim como no jogo contra o Ipatinga, ficou a sensação que ele pode render mais. Como ele não tem perfil de voltar pra marcar, sua presença torna o Vitória mais ofensivo. Ficaram ele, Marquinhos, Neto e Dinei de ataque.
DURO
No segundo tempo, em alguns momentos, o Vitória reeditou o antigo 4-2-4. Marquinhos fez boas jogadas, mas bem que podia fazer como os antigos bons chutadores, que ficavam depois do treino, até escurecer, treinando a pontaria.
Neto Baiano é o caráter do Vitória. Ele dá o tom do time. E ao bater no peito e mostrar o escudo, reativa toda a raça e toda a glória do ser Vitória. Conquistou muita gente que desconfiava de seu jeito doidão, batalhando pela bola como pela vida.
Foi premiado com mais um golaço. Desta vez de falta. E batendo colocado. Mais um traço de sua superação. O pontinho que o Vitória ganhou ontem foi por causa deste golaço. E foi importante porque segurou o América, concorrente direto no G-4.
A torcida gostaria muito de curtir o feriadão tirando onda de G-4. Não deu. E nem vai dar se a diretoria não se mexer e trouxer um bom goleiro, um bom lateral-direito, um bom zagueiro pra jogar com Victor Ramos. A defesa é fraca e o esquema não existe.
O Vitória podia aprender com o América. O campeão potiguar trabalha. Treina. O segundo gol, como bem observou meu amigo Jorge Alan, na transmissão do SporTV, é resultado de treino. O time não é nenhuma maravilha, mas a gente nota que trabalha, tem esquema e joga duro.
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