[Opinião] A cultura do olhar para o umbigo
Por Edinei Dantas
A greve da PMBA durou 11
dias e logo a população se revoltou, as grandes personalidades da música baiana
se manifestaram, o Exercito, Força Nacional, Polícia Federal cercaram a Assembleia
Legislativa para expulsar os policiais militares, e até a Rede Globo entrou na
história para evitar o histórico prejuízo publicitário no Carnaval que se aproximava.
Salvador ficou apenas 3 dias
sem ônibus e logo a Justiça interveio favorecendo o retorno dos rodoviários ao
trabalho.
Mas, e quanto à greve dos
professores do ensino público estadual? Nada se faz. O Governador viaja
tranquilo, boa parte dos estudantes que não entendem os prejuízos futuros
aproveitam as “férias” fora de hora para curtir. Alguns pais reclamam apenas
porque se acostumaram em terceirizar a educação e convívio dos filhos com os
docentes. A justiça até se manifestou, primeiro em favor do Estado, mas os professores
não obedeceram, depois em favor dos professores, mas Estado não obedeceu. Os mestres
ocupam a Assembleia Legislativa desde o dia 13 de abril e o impasse continua.
Mais de um milhão de
estudantes são prejudicados. O ensino público já não tem qualidade em condições
normais, que dirás após 61 dias de paralização, somando os 50 dias da Greve dos
docentes com os 11 dias da greve da PM, quando também as escolas fecharam suas
portas.
Milhares de estudantes estão
tendo o futuro prejudicado, mas como o futuro a Deus pertence, a longo prazo todos
vamos morrer e nada atinge a sociedade de imediato, ninguém faz nada para
resolver o problema. Vai-se empurrando com a barriga e enquanto não atingir o
umbigo assim será.
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