[Saúde] Exame que detecta doença rara só está disponível na rede particular

Pais de Cauê: “Médicos deram 60% de chance de sobrevivência”
O bebê Cauê José Vieira Nascimento Ribeiro, de um mês e oito dias, só teve a detecção da síndrome de hipoplasia do ventrículo esquerdo (SHVE) descoberta após o nascimento, no Hospital Português. A doença, que, além de grave, é rara, pode ter diagnóstico confirmado por meio do ecocardiograma fetal, ainda na fase intrauterina.

Entretanto o exame de imagem que mostra com maiores detalhes a estrutura do coração dos fetos não está na tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Nesta quinta-feira, 8, por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, por este motivo, o exame não é disponibilizado em nenhum dos hospitais públicos do Estado.

O exame tem cobertura de convênios médicos, e aqueles que não possuem plano de saúde precisam desembolsar ao menos R$ 350 para se submeter ao procedimento. A reportagem ligou para clínicas de exame por imagem e apenas uma realiza o exame, por este valor indicado.

A cardiologista pediátrica Zilma Verçosa, que acompanhou Cauê enquanto o garoto esteve em Salvador, disse que o ecocardiograma fetal pode ser realizado a partir da 20ª semana de gestação. “A vantagem de fazer o diagnóstico é que a criança nasce no lugar certo. Cauê já deveria ter nascido em São Paulo”, disse a médica, que argumentou que a criança já poderia ser operada no dia seguinte ao nascimento.

A ginecologista e obstetra Luciana Vieira Lopes disse que o ecocardiograma fetal é pedido quando são identificadas possíveis anormalidades na formação do corpo do feto nos exames pré-natais, que preveem a realização de ultrassons. Ela ainda indicou que o exame também é solicitado quando, na família, há histórico de risco aumentado de cardiopatias.

“Mas algumas más-formações podem não ser percebidas mesmo com os ultrassons”, disse Luciana Lopes. Já Verçosa entende que o ecocardiograma fetal deveria fazer parte de todo procedimento pré-natal.
Informações do Jornal A Tarde
Situação da Criança

Após cirurgia, bebê baiano com doença rara no coração passa bem

O bebê baiano Cauê José Ribeiro, de apenas um mês, que nasceu em Salvador com problemas cardíacos, foi operado nesta quinta-feira (08) no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e passa bem. Segundo informações da TV Bahia, o bebê foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) mas seu estado de saúde é estável.

Cauê foi transferido no início da manhã desta terça-feira (6). Ele embarcou no avião equipado com uma UTI, acompanhado pela mãe, Tâmara Nascimento.

O cadastro da criança só foi feito na Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC) na tarde desta segunda-feira (5). De acordo com a mãe e Alessandro Ribeiro, pai do bebê,o segundo procedimento será realizado quando Cauê estiver com 4 meses e a terceira operação quando o bebê estiver com 2 anos de idade.

A criança, que é o primeiro filho do casal e estava internado no Hospital Santa Izabel. A mãe do bebê contou ainda que antes de receber a noticia de transferência para São Paulo, Cauê estava feliz. “Meu filho estava sorrindo antes da notícia como se ele estivesse dizendo mamãe a gente conseguiu”.

Cauê nasceu com a síndrome de hipoplasia, que impede que o sangue seja bombeado para o corpo, já que o lado esquerdo do coração é menor. A primeira etapa da correção para a sídrome, deveria ter sido realizada no sétimo dia de vida.

"A gente só quer que ele entre lá com vida e saia com vida. A cada dia que passa ele vai perdendo as chances de sobreviver, mas estamos confiantes", disse a mãe do bebê em entrevista à TV Bahia. "Quero mostrar de novo ele pulando e brincado com saúde", completa o pai.

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