Com dívida de R$ 25 milhões, Hospital Martagão Gesteira suspende atendimentos

O Hospital da Criança Martagão Gesteira anunciou a suspensão algumas atividades a partir deste quinta-feira (14). Serviços de neurocirurgia, de assistência aos portadores de fissuras lábio palatinas e casos novos de oncologia não serão mais realizados na unidade. O número de cirurgias cardíacas será reduzido em 50%. Essas medidas serão aplicadas em até 30 dias.
Segundo a assessoria do hospital, as ações foram adotadas por conta da crise financeira que a unidade está vivendo. A dívida atual do Hospital Martagão Gesteira é de mais de R$ 25 milhões. As consultas marcadas a partir de agosto estão sendo canceladas. O superintendente Antônio Novaes Júnior, que administra o hospital, informou que médicos e fornecedores estão com os repasses atrasados.
"As cirurgias eram realizadas de segunda à sexta-feira, mas desde o dia 1º passou a ser realizada de segunda à quinta-feira, por falta de pessoal. Os médicos estão com os salários atrasados há cinco meses e os fornecedores não recebem os repasses há seis meses", afirmou. Ele não descarta a possibilidade de o hospital fechar integralmente.
O Martagão Gesteira é um hospital filantrópico que atende cerca de 250 mil crianças todos os anos, de forma gratuita. São 600 atendimentos todos os dias. Segundo o superintendente, o recurso arrecadado com doações ajuda na reforma da unidade, mas a principal fonte de manutenção do hospital é o Serviço Único de Saúde (SUS). Quem puder ajudar pode entrar em contato através do telefone (71) 3032-3773.
Recursos
Segundo a assessoria do hospital, o valor repassado pelo governo Federal para a manutenção do Martagão Gestiera é inferior a receita da unidade. A cada R$ 100 gastos pelo hospital, o SUS remunera com R$ 60. Os números são de 2014 e o déficit de R$ 14,9 bilhões.
Sobre a crise dos hospitais filantrópicos em maio, o Ministério da Saúde (MS) informou que entre 2013 e 2015, houve um crescimento de 19% nos repasses de Média e Alta Complexidade (MAC) do Ministério da Saúde para o município de Salvador, passando de R$ 232 milhões para R$ 278 milhões. O MS disse também que está aperfeiçoando o modelo de financiamento do SUS, adaptando os recursos à característica dos serviços ofertados e priorizando a qualidade e assistência integral em áreas estratégicas.
O Martagão solicitou um posicionamento dos Secretários de Saúde do estado e do município para garantir o acesso dos pacientes à rede pública, além do acompanhamento pelo Ministério Público Estadual deste processo de transferência.
A assessoria da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que não vai comentar sobre o assunto. Procuradas, as assessorias da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério Público ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

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