[Em Cima do Lance com Paulo Leandro] Paulo Leandro - Portal Esportivo 23/09/12-Galo 0x0 Grêmio, um placar mentiroso
Quando se diz 0x0, no rastro vem a ideia de um jogo estéril ou virgem, talvez difícil de se editar os melhores momentos, mas Atlético Mineiro e Grêmio fizeram um duelo bem agitado.
O placar em branco mentiu, como geralmente mentem todos os placares, e aí está o sucesso da seção Placar Moral que Luiz Eugênio Tarquínio publicava nas edições de segunda-feira do Esporte Jornal.
O placar moral bem poderia ter sido um 2x2 ou até um 3x3. Mínimo de 1 gol para cada podemos combinar, afinal foram duas bolas triscando em zonas erógenas parecidas do travessão.
Uma delas foi de Carlos César, de fora da área, depois de passar giz no taco e mandar para experimentar o goleirão do Grêmio. Ela foi descaindo até encontrar o local certinho onde o travessão se encontra com o poste direito.
Descair é verbo típico do futebolês, este idioma travesso que agride até a lei da gravidade, afinal, cair ao contrário, ou inversamente, não é algo muito fácil de captar com o raciocínio.
BENEFICIADO
Precisa-se de poesia e imaginação, que fazem da crônica esportiva este tesouro de jornalismo e literatura capaz de constituir gênero próprio e atraente.
Para responder ao chute quase certeiro de Carlos César, o Grêmio teve uma falta cobrada por Elano que também beijou a armação da rede, justificando o placar mínimo de 1x1 em bolas na trave.
Atlético Mineiro e Grêmio dividiram até mesmo o domínio da peleja. Enquanto o Galo prevaleceu na primeira etapa, o time gaúcho foi melhor no segundo tempo.
Pareceu-me melhor postado e dotado de valores individuais superiores o time de Emmerson José, o Galo mineiro, que segue ali, como vice-líder, superado pelo Fluminense.
O time carioca foi claramente beneficiado pela arbitragem na vitória sobre o Náutico, gerando protestos de gremistas e atleticanos presentes ontem no Estádio Independência, em Belo Horizonte.
SELEÇÕES
Esperava-se um pouco mais de Ronaldinho Gaúcho, melhor no primeiro que no segundo tempo, dando o tom ao cocoricó do alvinegro das alterosas.
Neto Berola, pedra bruta do Itabuna lapidada no Vitória, entrou no segundo tempo, mas não fez vibrar a torcida do Galo que também viu erros na arbitragem, como num alegado pênalti sobre o jogador baiano.
Outro ex-Vitória é o zagueiro Leonardo, altos e baixos, atento à movimentação inimiga, mas pouco capaz de sair jogando e criar algo diferente para tentar alterar o placar.
Mais uma cara conhecida dos baianos é a do atacante Marcelo Moreno. A ótima transmissão do SporTV fez o que mídias locais omitem, ou seja, puxaram rapidamente a ficha do jogador.
Revelado no Oriente Petrolero, da Bolívia, e projetado no Vitória, serviu a seleções brasileiras de base, e hoje é o principal atacante do Cruzeiro. Perdeu um gol incrível, à porta da meta, depois de receber a bola rolada por um companheiro.
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