Salvador ganha contêineres de lixo subterrâneos com coleta seletiva
Um bairro sem lixo. Ou, pelo menos, um bairro em que o lixo fica bem escondido – sem mau cheiro, sem tomar a calçada e longe de animais ou catadores. Parece uma cidade europeia? Mas será Salvador, em breve.
A previsão é que, até o final de agosto, a capital já conte com pelo menos três contêineres subterrâneos funcionando na Barra. Basicamente, são grandes latões de lixo que ficam debaixo do chão – do concreto mesmo, no passeio. E não dá para notar: um desavisado verá algo que parece uma lixeira comum, com cerca de 1 metro de altura.
Até setembro, as novas lixeiras já devem ter chegado também ao Mercado Modelo. Segundo a presidente da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), Kátia Alves, a meta é instalar 20 equipamentos em diferentes pontos da cidade até o final de 2015. “A limpeza é dividida entre quatro empresas e cada uma vai implantar em alguns pontos. Mas a ideia é expandir isso. Vamos colocar na orla e em pontos turísticos”, garante Kátia.
Os contêineres da Barra e do Mercado Modelo serão implantados pela empresa Revita, enquanto a Torre deve colocar no Subúrbio Ferroviário, a Viva na Lagoa do Abaeté e a Jotagê em Cajazeiras VIII.
Marcos
Na Barra, o primeiro contêiner está sendo instalado próximo ao Forte Santa Maria. Quem passar por ele vai ver apenas três lixeiras – ou “marcos”, o nome técnico. Outro equipamento com dois marcos deve ser instalado no Porto, enquanto o terceiro, também de dois marcos, ficará próximo ao Farol. Já no Mercado Modelo, será um contêiner com três marcos, a princípio.
Procedimento
Funciona assim: o lixo é colocado dentro do recipiente, como em qualquer lixeira comum. Só que o recipiente não tem fundo. Logo, todos os resíduos vão parar no contêiner, que está bem abaixo da superfície. Quando o caminhão chega para fazer a coleta, um dos garis usa um controle remoto para acessar os espaços subterrâneos.
Daí, o chão abre, literalmente. “Ele levanta como se fosse uma tampa”, explica Kátia. Quando a “tampa” sobe, até a lixeira que fica visível vai junto. O caminhão, adaptado com uma grua, puxa o contêiner e despeja o conteúdo na caçamba. Depois, coloca a caixa no lugar e a tampa – no caso, a calçada – é fechada.
O piso é feito com o mesmo material do resto da calçada, de acordo com a presidente da Limpurb. “Em cada uma das caixas tem um dispositivo que dispara na empresa quando tiver chegado a 80% da capacidade. O caminhão vai lá e faz a retirada”, explica. Os contêineres com dois marcos comportam 1,6 tonelada. Já os de três podem carregar 3 toneladas.
A expectativa é que a novidade reduza os gastos com as viagens. “Enquanto no sistema comum a gente tem que fazer a coleta todo dia, agora vamos fazer quando atingir a capacidade”, comenta Kátia.
Além disso, os coletores isolam o lixo, evitando o mau cheiro e a presença dos animais, conforme destaca o secretário municipal da Cidade Sustentável, André Fraga. “Vamos ter um armazenamento mais adequado, além da estética”, destaca.
Os novos recipientes também facilitariam a coleta seletiva. No equipamento com três caixas da Barra, por exemplo, duas ficarão reservadas para lixo úmido e uma para lixo seco. “Vamos deixar de levar para o aterro um resíduo que pode ser reaproveitado, o que vai ajudar as cooperativas e catadores”, aponta Kátia Alves. Hoje, existem 19 cooperativas de catadores em Salvador.
Custo-benefício No entanto, até chegar aos benefícios, o investimento é alto. Um contêiner com três caixas custa cerca de R$ 120 mil, enquanto o de dois marcos custa R$ 80 mil. Enquanto isso, o valor médio dos contêineres normais, cuja capacidade é de 300 quilos, é de R$ 2 mil.
Os subterrâneos são importados do Porto, em Portugal. “Nós temos cerca de 300 desses lá, o que corresponde a 50% do total da cidade (do Porto). Temos uma parceria com a prefeitura para substituir todas as lixeiras gradativamente”, diz o diretor de operações da TNL, empresa que vende os equipamentos, Rodrigo Aires.
De acordo com Kátia Alves, não haverá custo para a prefeitura de Salvador. “São as empresas que compram. É uma cláusula do contrato com elas a modernização do serviço de limpeza urbana”, garante.
O gerente de gestão operacional da Revita, empresa responsável pela limpeza de cerca de 60% da área de Salvador, Fábio Andrade, diz que este é um projeto piloto. “O objetivo agora é observar o custo-benefício do projeto. Vamos observar os resultados para levar a melhor alternativa para cada área”, conta. Nenhum representante da Jotagê, Viva Ambiental e Torre foi localizado.
Os subterrâneos são importados do Porto, em Portugal. “Nós temos cerca de 300 desses lá, o que corresponde a 50% do total da cidade (do Porto). Temos uma parceria com a prefeitura para substituir todas as lixeiras gradativamente”, diz o diretor de operações da TNL, empresa que vende os equipamentos, Rodrigo Aires.
De acordo com Kátia Alves, não haverá custo para a prefeitura de Salvador. “São as empresas que compram. É uma cláusula do contrato com elas a modernização do serviço de limpeza urbana”, garante.
O gerente de gestão operacional da Revita, empresa responsável pela limpeza de cerca de 60% da área de Salvador, Fábio Andrade, diz que este é um projeto piloto. “O objetivo agora é observar o custo-benefício do projeto. Vamos observar os resultados para levar a melhor alternativa para cada área”, conta. Nenhum representante da Jotagê, Viva Ambiental e Torre foi localizado.
Lixeira sob o chão é modelo sustentável há quase 20 anos
Se, por aqui, as lixeiras embaixo da terra são novidade, na Europa, elas já são uma realidade desde o final dos anos 1990. De acordo com o diretor de operações da TNL, empresa portuguesa que exporta os contêineres para Salvador, Rodrigo Aires, a tecnologia foi criada na Alemanha.
Se, por aqui, as lixeiras embaixo da terra são novidade, na Europa, elas já são uma realidade desde o final dos anos 1990. De acordo com o diretor de operações da TNL, empresa portuguesa que exporta os contêineres para Salvador, Rodrigo Aires, a tecnologia foi criada na Alemanha.
Hoje, já está presente em países como Espanha e Emirados Árabes. No Brasil, cidades como Fortaleza, São Paulo e Paulínia, no interior paulista, já implantaram os coletores. Em Paulínia, pioneira no país, os equipamentos já estão em 20 pontos da cidade.
Na capital cearense, há os chamados “bigtaineres”, que comportam 10 toneladas de lixo. “Temos três nas principais praças. Tem funcionado muito bem. Evita o acúmulo de lixo e desafogamos o trânsito, porque diminuímos viagens”, conta o secretário Regional do Centro de Fortaleza, Ricardo Sales.
Na capital cearense, há os chamados “bigtaineres”, que comportam 10 toneladas de lixo. “Temos três nas principais praças. Tem funcionado muito bem. Evita o acúmulo de lixo e desafogamos o trânsito, porque diminuímos viagens”, conta o secretário Regional do Centro de Fortaleza, Ricardo Sales.
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