Universal usou informações falsas em construção de templo, diz parecer
Foto: Divulgação/ Universal
A Igreja Universal teria usado informações falsas para burlar a legislação e construir a nova sede da instituição, apontou parecer técnico apresentado à Prefeitura de São Paulo. De acordo com documentos obtidos pela Folha de S. Paulo, as informações colocadas como falsas pela CTLU – comissão independente que avalia autorizações do município – foram detectadas em 2006, quando a igreja pediu para levantar o Templo de Salomão. O prédio suntuoso custou R$ 680 milhões, segundo a Universal, e terá 74 mil metros quadrados de área construída. Na época, a instituição afirmou que queria reformar um grupo de imóveis. Como o terreno está localizado em uma área de interesse social, chamada de Zeis, uma nova construção em áreas demolidas acima de 500 m² exigiria a destinação de 40% do terreno para moradias populares – o que não é obrigatório em caso de reforma. O arquiteto Eduardo Nobre, representante da USP na comissão técnica, decidiu visitar o local ao achar “algo estranho” e descobriu que a fabrica foi, na verdade, demolida. Em sua defesa, a Universal apresentou documentos que diziam que o prédio foi adquirido em 2005 "com toda edificação aprovada e existente no local", mas que teve que demolir o imóvel em 2006 quando um engenheiro detectou que o prédio estava condenado. Nobre procurou, então, fotos aéreas feitas em 2003 e 2004, que mostraram que o prédio já estava demolido. Em seu parecer, o arquiteto menciona, ainda, que o patrimônio cultural mostrou interesse em tombar a fábrica em 2004, mas não conseguiu porque ela já havia sido destruída. Apesar dos indícios de fraude, a reforma foi aprovada na comissão após parecer da principal assessora de Aref no Aprov, Lúcia de Sousa Machado. Procurado pela Folha, o Ministério Público disse considerar o caso gravíssimo, com fortes indícios de fraude, e passível de uma ação demolitória contra o templo
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