[PM Cidadania] 19ª CIPM realiza projeto de ação de prevenção à violência doméstica
Está sendo realizada pela 19ª
CIPM/Paripe, a Ação de Prevenção à Violência Doméstica. Esta ação tem
como objetivo prestar a assistência necessária aos grupos vulneráveis
que são crianças, mulheres e idosos, assegurando a execução das Leis
específicas de proteção sendo elas o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), Lei Maria da Penha e o Estatuto do Idoso, e o
encaminhamento das vítimas aos órgãos e instituições que oferecem
serviços de atendimento, orientação e acompanhamento. O projeto é
realizado sob a coordenação do comandante da companhia.
A 19ª Companhia Independente da Polícia
Militar atua administrativa e operacionalmente na área do subúrbio de
Paripe, Cocisa, Tubarão, São Tomé de Paripe, Fazenda Coutos I, II e III,
além da localidade da Ilha de Maré, sendo esta uma área de 28,9 Km, com
população de aproximadamente 180.000 habitantes.
A partir de dados oriundos de
ocorrências policiais percebeu-se que a ação repressiva não estava
trazendo o resultado esperado, e havia a necessidade de prestar uma
maior assistência às vítimas de violência doméstica. Foi então que o
comando da CIPM idealizou as visitas domiciliares, que acontecem
diariamente e são feitas por policiais treinados para lidar com essas
situações e objetivam reduzir os índices de violência doméstica, suas
consequências e ainda aproxima Polícia Militar e comunidade.
“É um desafio combater tais delitos por que acontecem no lar, ambiente
que goza de proteção. Essa ação tem sido instrumento de grande valia,
pois através da interdisciplinaridade, das parcerias entre pastas do
Poder Público Estadual e Municipal, a prevenção a esses delitos, que tem
como vítimas grupos vulneráveis, vem sendo feita de forma mais
eficiente a partir do momento em que vítima e agressor são encaminhados
aos órgãos de defesa social que prestam um apoio psicossocial. Tudo isso
vem sendo feito dentro de uma concepção de Políticas Públicas de
Segurança, que se diferencia da simples Política de Segurança Pública,
pois acolhe a ideia mais ampla de defesa social. Promovemos a inclusão
social tirando das margens da sociedade a comunidade e fomentamos a boa
cidadania.”, esclareceu o Major Élson Pereira, comandante da 19ª CIPM.
Este projeto conta com diversos
parceiros são eles: Ministério Público da Bahia, Centro de Referência e
Assistência Social (CRAS), Centro de Referência da Mulher Loreta
Valadares, Balcão de Justiça Cocisa/Paripe. A Diretora do Colégio
Estadual Edson Tenório, professora Maria Célia Dantas de Araújo, que
também apoia o projeto, reafirma a importância desta parceria entre a
Polícia e os demais órgãos do Estado. “Eu não consigo compreender
educação, segurança pública, saúde e assistência social sem parceria, a
escola não pode funcionar sem os serviços de assistência. Ao receber uma
visita da Ronda Escolar vejo nesta visita uma ação pedagógica e não
repressora como de costume e o apoio que eu tenho recebido vai além das
questões administrativas, são diversas situações que exigem
sensibilidade e discernimento para resolver. Só tenho a agradecer a
iniciativa da 19ª CIPM.”, afirmou.
O Centro de Referencia da Assistência
Social (CRAS) de Paripe, coordenado por Dayana Gretha, tem por
finalidade atender as famílias que se encontram em situação de pobreza e
garantir seus direitos básicos, encaminhado-as para participarem dos
Programas Sociais, como Bolsa Família, fazendo atendimentos individuais,
promoção de cursos, entre outros. “Ao receber a visita do comandante e
conhecer o projeto visualizei um grande potencial nessa parceria e achei
fantástica a disponibilidade dos policiais em colaborar. Nós três
juntos nos fortalecemos e através de uma visão mais humana, a 19ª CIPM
tem feito um trabalho de sensibilização para mudar a visão que temos
sobre a Polícia. Está dando certo, estamos unidos pela vontade de fazer a
diferença”, afirmou.
A parceria com o Núcleo de Justiça Comunitária, ligado a Secretaria
Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania também vem trazendo
grandes resultados. O programa do Núcleo tem como finalidade levar a
comunidade a resolver questões de Justiça de maneira pacífica e
solidária, demandando menos tempo e satisfazendo ambas as partes.
Segundo Iuri Martins, assessor jurídico há dois anos, após a parceria
com a PMBA só trouxe benefícios para a comunidade e para os agentes, a
média de atendimentos subiu consideravelmente, entre estes a emissão de
2ª via de Certidão de Nascimento e realização do Teste de DNA. “Hoje os
agentes comunitários tem mais credibilidade na comunidade e se sentem
mais a vontade para trabalhar. Nós trabalhamos com psicólogos e
assistentes sociais que prestam um ótimo atendimento às pessoas que nos
procuram. O resultado tem sido tão bom que além dos atendimentos
pretendemos estender as ações de cidadania dentro da comunidade nas
áreas propostas pelo comando da 19ª CIPM, de acordo com as
necessidades.”
Um exemplo de sucesso deste projeto é a
história de vida de Jacilene Ferreira dos Santos, 25 anos, que sofreu
agressão física por parte do seu ex-companheiro. O casal teve um
relacionamento de aproximadamente 04 anos e tiveram uma filha, que está
com 03 anos. Jacilene informou que por questões financeiras não podia
ficar com a filha e todas as vezes que ia visitá-la sofria uma agressão.
“Sempre que ia visitar a menina ele me agredia, eu cheguei a prestar 04
queixas contra ele, mas nada foi feito”, afirmou. A situação se agravou
quando em uma das visitas, o seu ex-companheiro a golpeou na cabeça
causando um grave ferimento, que a deixou internada por 08 dias.
Ao perceber que a situação só iria
piorar Jacilene solicitou o apoio da patrulha comunitária, onde recebeu
todo o atendimento necessário desde o acompanhamento para prestação de
queixa até encaminhamento para o Programa de Justiça Comunitária.
Segundo Jacilene essa foi a primeira vez que ela obteve um tratamento
assim “Eu tive todo apoio da Polícia. Está sendo ótimo, eles estão me
acompanhando em todo o processo e hoje me sinto amparada e segura para
dar continuidade neste processo”, comentou sorrindo. Após audiência de
Mediação de Conflitos a situação entre ela e o ex-companheiro foi
apaziguada e foi firmado um acordo para as visitas à criança. “Agora vou
voltar a estudar e trabalhar para ter a guarda da minha filha”,
finalizou.
Nilzete Santos, 30 anos, também recebeu a
visita do Sd PM Antônio Gome e do Sd PM Leandro
Prata após ser agredida
física e verbalmente pelo seu companheiro. Os Policiais conversaram com
ela buscando saber qual é a sua atual situação e se ela precisava de
algum auxílio. “Aquela foi a primeira e última agressão, mas fiquei
bastante constrangida. É bom estar protegida, no mundo que estamos temos
que confiar, desconfiando. Eu não sabia onde buscar meus direitos e
desconhecia totalmente os meios de proteção, mas hoje com a atenção que
venho recebendo desses policiais eu sinto a proteção e já sei onde
procurar ajuda”, afirmou.
Feliz com o sucesso do projeto e
disposto a dar prosseguimento ao mesmo, o capitão Alã Carlos,
subcomandante da 19ª CIPM, finaliza, “Agindo assim, estamos nos
conscientizando do nosso papel de servidor público e colocando em
prática a filosofia de Polícia Comunitária, contando com o apoio que vem
de diversos órgãos e também da comunidade que cansada de sofrer e ter
seus direitos ignorados, abraçou este projeto como uma esperança de dias
melhores e vislumbrando uma nova polícia, não somente a polícia
repressiva, mas também a que protege e assegura a execução de seus
direitos”.
Texto e fotos: Luciana Costa – SD PM 41ª CIPM BCS/Calabar
Jornalista
Revisão: Edinei Dantas – SD PM
Jornalista - DRT:. 2579
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