[Sua Saúde] Câncer de pele é o que mais atinge o brasileiro
Nesta segunda-feira, 8 de abril, é celebrado em todo o mundo o Dia de Combate ao Câncer. A data, determinada pela Organização Mundial de Saúde, tem o objetivo de alertar a todos sobre os comportamentos de risco, a importância dos exames preventivos e dos tratamentos. Entre os 180 tipos de câncer identificados, o que mais atinge o brasileiro, segundo o Instituto Nacional de Câncer, é o de pele. A modalidade chega a representar 25% dos casos.
Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele não melanoma pode apresentar tumores diferentes. Os mais frequentes são o carcicoma basocelular (tem origem na camada basal da epiderme ou nos apêndices cutâneos -pelos, glândulas sebáceas ou sudoríparas, por exemplo. É o menos agressivo) , responsável por 70% dos casos e o carcicoma epidermoide (tipo de tumor maligno que surge na epiderme, a camada mais superficial da pele, especialmente nas regiões do corpo mais expostas à radiação solar), que chega a 25% dos diagnósticos.
"Quando os raios ultravioleta atingem a pele, uma parte é refletida e outra absorvida. O que é absorvido é responsável por um estresse oxidativo que ocasiona a produção de radicais livres e outras substâncias inflamatórias que podem levar a um dano celular com mutações do DNA e câncer. Além disso, a exposição também reduz a resposta imune do tecido cutâneo de forma localizada ou generalizada, participando da patogênese do fotoenvelhecimento e outras fotodermatoses". É o que explica a dermatologista e especialista em câncer de pele, Dr.ª Fabiana Palma.
Em consequência das radiações, a pele reage numa tentativa de defesa, de "autoproteção", aumentando a multiplicação das células da sua camada mais superficial (epiderme) de forma maior que a normal; com um maior espessamento dessa camada a cada nova exposição à luz solar.
Então a especialista dá algumas dicas: "medidas comportamentais simples contribuem significativamente para a redução do risco dos efeitos dos raios solares: a fotoproteção adequada baseia-se na combinação da proteção física com o uso de roupas adequadas - atualmente, o mercado oferece roupas feitas de tecidos com tecnologia capaz de filtrar até 98% dos raios ultravioleta -, chapéus de aba larga, óculos escuros e guarda-sol, somados ao uso de filtros solares tópicos de amplo espectro e redução da exposição prolongada ao sol, independentemente do horário".
Como devemos usar o filtro solar?
Segundo a dermatologista, o filtro solar ideal deve ter proteção de largo espectro, isto é, ele deve proteger a pele contra os raios UVA, UVB e, mais recentemente, a luz visível. Além disso, ele deve ser de fácil aplicação e cosmeticamente aceitável para estimular o uso frequente. "No rótulo devem estar indicados o Fator de Proteção Solar - FPS ou o Fator de Proteção Ultravioleta - FPU (mede o grau de proteção na pele que um produto oferece contra os raios UVB) e o Persistent Pigment Darkening - PPD (mede o grau de proteção na pele que um produto oferece contra os raios UVA, que deve ser no mínimo 1/3 do valor do FPS)", orienta.
Com relação ao uso adequado do protetor solar, Dr.ª Fabiana explica que o produto deve ser aplicado de forma homogenia, 30 minutos antes da exposição solar. Ela ainda chama a atenção para o uso inadequado dos protetores pela maioria da população, "o ideal seria aplicar dois miligramas de filtro para cada centímetro quadrado, entretanto acredita-se que a grande maioria da população usa uma quantidade inadequada do produto com uma camada fina correspondendo de 25% a 50% da quantidade sugerida". A especialista destaca que a reaplicação deve ser feita a cada duas horas, porém em situações de aumento de sudorese, imersão em água e exposição prolongada deve-se reaplicar a cada 40 minutos.
Fonte:
Drª. Fabiana Palma (CRM 16251-BA) é médica com formação dermatológica pelo Hospital Naval Marcílio Dias (RJ) e câncer de pele pelo Instituto Nacional do Câncer (RJ). Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, do Grupo Brasileiro de Melanoma e da International Dermosco
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