Ministério da Saúde confirma oito mortes por febre amarela
O Ministério da Saúde confirmou
hoje (18) que oito pessoas morreram por febre amarela em Minas Gerais.
Destas, quatro tiveram exames confirmados para a forma silvestre da
doença. Os outros, apesar de terem exame biomolecular positivo para a
febre amarela, ainda precisam de investigações para confirmação da
origem. Minas também registra mais 45 mortes suspeitas de febre amarela.
Ao
todo, foram notificados 206 casos suspeitos da doença em 29 cidades do
estado. Municípios do Espírito Santo próximos a Minas Gerais também
registraram suspeitas: seis notificações em quatro cidades. Com estes
casos, o estado, que não tinha recomendação de imunização para a doença,
passou a vacinar a população de 26 municípios como medida de prevenção.
“Temos
um surto em minas e consideramos a situação sob controle. O Ministério
da Saúde tem vacinas no estoque para distribuir, a vigilância é
qualificada e os municípios cooperam. Não temos nenhuma situação de ter
que socorrer os estados com mais do que vacina”, disse o ministro da
Saúde, Ricardo Barros, em entrevista coletiva.
Segundo
Eduardo Hage, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis do ministério, os casos suspeitos são notificados quando o
paciente apresenta os sintomas da doença, mas ainda não fez exames.
“Eles podem apresentar um quadro clínico de febre amarela, mas também
semelhante a outras doenças, como a hepatite viral ou mesmo dengue”,
comparou.
Os
óbitos suspeitos ainda passam por exames para verificar se a doença foi
provocada pelo vírus silvestre ou pela vacina, que, embora seja um
evento muito raro, pode provocar a doença em pessoas com imunidade muito
baixa. “Embora seja um evento raro, um caso para 400 mil ou 1 milhão,
quando ocorre, o quadro clínico é muito semelhante de febre amarela
vacinal e silvestre. Isso está sendo verificado”, disse Hage.
Vacina
A
população de 14 municípios do estado do Rio de Janeiro também deve
tomar a vacina contra a febre amarela. A Bahia, que já está na área com
recomendação para a vacina, também intensificará as ações de vacinação
na região próxima à divisa com Minas. Ao todo, o ministério enviou
reforços de 1,6 milhão de doses de vacinas para Minas Gerais, 500 mil
para o Espírito Santo, 350 mil para o Rio de Janeiro e 400 mil para a
Bahia. Todo o estado de Minas faz parte da área de recomendação da
vacina da febre amarela.
Doença
A
febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um
arbovírus (vírus transmitido por insetos), que pode levar à morte em
cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. No Brasil, desde
1942 só são registrados casos silvestres da doença, ou seja, cujo vírus é
transmitido pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que têm
os macacos como principais hospedeiros. Nestas situações, os casos
humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada circula em uma área
silvestre e é picada por mosquito que foi contaminado por macacos.
Na
febre amarela urbana, o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti
ao homem, mas esta não é registrada no Brasil desde 1942, quando houve
um caso no Acre. A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão
de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos
infectados com o vírus. Em 2015, foram registrados nove casos de febre
amarela silvestre em todo o Brasil, seis em Goiás, dois no Pará e um em
Mato Grosso do Sul, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados sete
casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2),
sendo que cinco deles levaram a óbito.
Sintomas
Os
sintomas iniciais são febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça,
dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e
fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta,
icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos),
hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem
morrer.
Imunização
Desde
junho de 2016 a Organização Mundial da Saúde considera que com apenas
uma dose da vacina já se adquire proteção contra a doença, porém, no
Brasil o Ministério da Saúde prevê uma dose e um reforço no calendário
de vacinação em esquemas que dependem da idade. Quem já tomou a dose e o
reforço pode se considerar imunizado e não precisa mais recorrer aos
postos de saúde.
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