"Por que você não me esperou?!", se desespera irmã no sepultamento do Soldado
Acabo de chegar do enterro
de mais um colega. Muito triste ver o desespero dos familiares, amigos, colegas
e imaginar que, do jeito que as coisas vão, um dia poderão ser meus pais a
dizer, “por que não me esperou?!”, como ouvi a irmã do Soldado Leonardo Prata
gritando desesperadamente no sepultamento, na tarde deste sábado (14). A
fatalidade ocorreu no dia do aniversário dela. Todos os presentes que se pronunciariam
foram unânimes em qualificar o jovem como de bom caráter, alegre, companheiro,
honesto, bom pai, neto, filho e sobrinho, como disse também uma tia. O
Comandante da 19ª CIPM/Paripe, Major Élson, a qual pertencia o policial,
ratificou.
“Um menino bom, um ótimo
policial, cumpridor de suas funções de forma irrepreensível, uma grande perda
para a corporação”.
Emocionado, o subcomandante
da unidade, Capitão Alã Carlos, consolava os familiares e colegas, mas quem o consolava?
Eu não o conhecia, mas hoje
descobri algumas coisas em comum entre nós, além de negros policiais militares
e termos a mesma idade, 34 anos. Fizemos o mesmo concurso em 2006. Tivemos o
sonho de vestir a farda da Policia Militar atrasado quando perdemos na
subjetiva prova do psicoteste, na segunda etapa. Nos apresentamos para ingressar na corporação em 05 de janeiro de 2009,
eu fui para o Batalhão de Choque e ele para outro núcleo de formação. Outro ponto em comum é que ele torcia pelo
nosso glorioso Vitória, e embora eu não o conhecesse, fazíamos parte do mesmo
grupo de Whats APP E.C Vitória, que publicou nota de pesar em seu site. Segue
ao lado o último comentário dele no grupo e logo em seguida a trágica
informação.
Leonardo Prata foi baleado
na última Quinta-Feira, 12. Umas das versões indica que durante a folga ele tentou
frustrar um assalto a um ponto comercial e foi atingido no peito e no braço. As
primeiras informações médicas davam cota de que ele estava fora de risco, pois
o projétil não havia atingido nenhum ponto vital. Porém, a triste surpresa aconteceu
na tarde da sexta-feira (13). Com febre que não cessava o colega não pôde ser
transferido para a UTI do plano, sofreu uma parada cardiorrespiratória, não
resistiu e nos deixou.
Que Deus forneça a ele o
descanso dos verdadeiros heróis, que, enquanto vivo, lutou para defender uma
sociedade tão injusta e degradada.
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