#Artigo - Missão de um agente de segurança


Artigo do Capitão PM Marcus Vinícius F. J. Plácido Reis
                           Oficial da PMBA, Especialista em Gestão Pública e 
Ajudante de Ordens do Comandante Gera da PMBA

Missão de um agente de segurança

Foto: Edinei Dantas
Dois adolescentes foram apreendidos após cometerem um ato infracional, a veiculação da notícia de mais um crime passional, a presença de cidadãos nas ruas de um bairro solicitando acréscimo de policiamento: esse é um extrato da rotina diária que influencia na tomada de decisão do comandante da Polícia Militar da Bahia, o Coronel PM Anselmo Alves Brandão. Além da proteção dos milhões de baianos e visitantes, ele é o responsável pelo cuidado com a tropa, aproximadamente 31 mil homens e mulheres que têm o mister de servir e proteger! Em seu discurso sempre é destacado que devemos pensar no outro. Nas entrelinhas do slogan do seu comando “PM e Comunidade na Corrente do Bem,” ressalta-se que somente mudaremos o cenário com o envolvimento de todos. A paz social só será alcançada com entrelaçamento dos elos.

A representatividade institucional, exposição constante na mídia e sua lide com questões correcionais do público interno que, em alguns casos de atuação em desacordo com as leis vigentes, geram penas severas como a demissão, exige que ele seja acompanhado diuturnamente por um esquema de segurança. Profissionais criteriosamente escolhidos para resguardar sua integridade física e moral, além de seus familiares. Um esquema de proteção que transmita tranquilidade e confiança para o protegido. O sigilo de informações, discrição e observação são alguns dos atributos indispensáveis àqueles que desempenham essa nobre missão.

O agente de segurança deve pautar sua conduta nos preceitos éticos, seguindo sempre o lema: “Vida pela Vida”. O sacrifício da vida é algo que deve ser encarado com naturalidade. A proteção de autoridades é uma das especialidades do serviço policial militar e seu nível de exigência é elevado. Este policial segue rigorosos procedimentos de atuação, minimizando, desta forma, os riscos e ameaças provenientes de condutas ilícitas. A análise do perfil de cada componente da equipe e suas competências obedece alguns critérios. O conhecimento técnico é transversal. Relações interpessoais, inteligência protetiva, noções de salvamento aquático e primeiros socorros são algumas das disciplinas ministradas nos diversos cursos de especialização da supracitada área. Ademais, o profissional deve ser possuidor de condicionamento físico condizente com a atividade, além de conhecer procedimentos de protocolo, cerimonial e etiqueta.
Em seu discurso sempre é destacado que devemos pensar no outro. Nas entrelinhas do slogan do seu comando “PM e Comunidade na Corrente do Bem,” ressalta-se que somente mudaremos o cenário com o envolvimento de todos
As autoridades constituídas são os representantes legítimos dos seus segmentos. Considera-se a preservação da imagem e integridade de seu mandatário um princípio sagrado para a manutenção sadia das instituições. O simbolismo do cargo de comandante geral da PMBA possui grande valor dentro da nossa sociedade e, em hipótese alguma, pode ser arranhado. Ele é o exemplo a ser seguido, o membro mais importante, aquele que deve zelar pelos seus comandados. O direcionamento do rumo da Corporação depende de suas decisões. Salvaguardar sua vida é uma atividade substancialmente complexa. O labor protetivo exige profissionalismo, comprometimento e dedicação exclusiva. O agente de proteção distingue-se pelo sacrifício e lealdade. A ciência do fiel cumprimento das medidas de segurança tem caráter obrigatório e a proteção do Comandante representa a proteção da quase bicentenária milícia de bravos.

Nos dias atuais, o agravamento dos índices de violência é resultante de diversas variáveis e circunstâncias que estão intrinsecamente relacionadas com o caos socioeconômico vigente.  A impunidade, os pífios investimentos na primeira infância e a falta de integração dos diversos setores do Executivo e demais poderes são fatores que contribuem decisivamente para essa elevação. Ingênuo ou leviano é aquele que atribui às instituições policiais a matriz da escalada de violência. A perda de valores, descrença nas instituições e possíveis referenciais humanos maximizam essa triste realidade. Como gestor responsável pela instituição que tem a missão constitucional de prevenir o cometimento de crimes através da ostensividade, o Comandante Geral da PM não pode ser, diariamente, responsabilizado pela atuação de seus comandados e, erroneamente, penalizado pelo contexto crítico no qual estamos inseridos.

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